Integração das Energias renováveis
A energia limpa é a energia do amanhã
O mundo enfrenta atualmente decisões vitais sobre a energia do futuro. Queremos ser uma voz ativa na tomada dessas decisões ao fazermos da força da natureza a nossa energia.
Enquanto a procura de energia em termos globais deverá aumentar mais de 30% ao longo dos próximos 20 anos, a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para combater as alterações climáticas é um dos principais desafios deste século. Acresce a necessidade de produzir energia a preços acessíveis e mais recentemente, em particular na Europa, a urgência de salvaguardar a independência energética face às novas ameaças geopolíticas.
O recurso a fontes endógenas e renováveis constitui a base da nova matriz energética. E porque o sector elétrico é o que mais facilmente e com maior eficiência pode induzir a descarbonização das economias é aí que transição avança a passos rápidos. Em Portugal, 60% da eletricidade consumida é já de origem renovável, colocando o país entre os mais avançados de Europa. As grandes centrais, hídricas e eólicas, são ainda as grandes responsáveis por esta mudança, mas as centrais fotovoltaicas de escala industrial e, crescentemente, as centrais mais pequenas para autoconsumo individual ou coletivo, estão também em rápido crescimento.
O ritmo de instalação desta capacidade de produção, a sua variabilidade e pulverização de centros eletroprodutores pelo território coloca novos desafios às redes elétricas. As redes de distribuição, em particular, assumem um papel charneira. Cerca de 75% desta produção distribuída liga-se à rede de alta, média e baixa tensão, concessionada à E-REDES. Nos últimos 20 anos, as unidades ligadas totalizaram 5,5 GW, estando previstos 3,7 GW adicionais nos próximos quatro a cinco anos.
Sendo a produção distribuída uma das formas mais eficientes de descarbonização, porque permite aproveitar recursos disponíveis em todo o território, aproximar a produção do consumo reduzindo perdas e até auxiliar a rede na gestão local dos equilíbrios entre oferta e procura, é vantajosa para todos os agentes do sistema. Uma parte desta nova capacidade descentralizada virá das unidades de autoconsumo, com destaque para o coletivo através da figura das Comunidades de Energia Renovável (CER).
A previsível massificação de produção distribuída, o crescimento acelerado da mobilidade elétrica e novas formas de interação dos consumidores com a rede impõem uma profunda transformação à rede de distribuição, aos modelos de planeamento, de comando e controlo.
A E-REDES tem um amplo programa de investimentos em curso para dotar a rede elétrica de novas funcionalidades e equipamentos mais inteligentes, designadamente contadores, capazes de otimizar as operações e a gestão da energia, assegurando em simultâneo uma nova plataforma de envolvimento dos consumidores.