A E-REDES encerrou o ciclo de três conferências dedicadas ao Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição Elétrica (PDIRD-E). O evento, realizado em Lisboa no dia 1 de julho, reuniu especialistas nacionais e internacionais com o objetivo de explorar os desafios da modernização da rede elétrica, crucial para apoiar a transição energética e o desenvolvimento económico sustentável do país.
Na abertura da conferência, João Gouveia de Carvalho, membro do Conselho de Administração da E-REDES, destacou a importância crucial da modernização da rede como um pilar fundamental para a transição energética, essencial para suportar a crescente integração de fontes renováveis e manter a competitividade nacional no contexto europeu.
O administrador sublinhou que aproximadamente 30% dos ativos da rede elétrica já ultrapassaram a sua vida útil, ressaltando a necessidade de uma abordagem proativa para garantir a sua renovação.
A questão hoje não é se devemos renovar a rede, mas como fazê-lo. Este é um desafio para várias gerações, e as decisões que tomamos agora terão um impacto duradouro no futuro.
João Gouveia de Carvalho também enfatizou a importância da digitalização e da inteligência artificial como ferramentas necessárias para modernizar as redes, permitindo aumentar a rapidez da resposta em caso de falha de eletricidade, além de possibilitar a resolução de avarias de forma remota.
Especialistas da McKinsey & Company, como Jose Luis González, sócio júnior da consultora, e Yves Frelon, responsável de estudos estratégicos no Departamento de Planeamento e Economia das Redes da Enedis, partilharam insights valiosos sobre as suas experiências e melhores práticas na renovação de ativos e planeamento estratégico de rede. González defendeu que a renovação das redes de distribuição de energia elétrica é essencial não apenas devido ao aumento da produção renovável e auto-produção, mas também pelos eventos climáticos cada vez mais extremos que sobrecarregam as redes.
Um painel de especialistas, incluindo representantes da E-REDES (João Brito Martins, administrador), Assetsman (Edmea Adell, presidente da gestora de ativos industriais), DGEG (Jerónimo Cunha, diretor-geral) e Sotécnica - VINCI Energies (Gonçalo Sampaio, diretor executivo), enfatizou a necessidade de colaboração multifacetada entre governo, empresas de energia e comunidades locais para enfrentar os desafios atuais e futuros da infraestrutura elétrica.
José Ferrari Careto, Presidente Executivo da E-REDES, reiterou o compromisso da empresa em investir numa rede resiliente e moderna através do PDIRD: "Estamos determinados a definir os investimentos de 2026 a 2030 de forma a assegurar uma infraestrutura robusta que apoie não apenas a transição energética, mas também o crescimento económico e a coesão territorial de Portugal.
A conferência contou ainda com a participação de Maria João Pereira, secretária de Estado da Energia, que encerrou o evento sublinhando a preocupação do governo com os consumidores e a importância de investimentos que não sobrecarreguem a tarifa.
O ciclo de conferências PDIRD-E consolidou-se como um marco significativo no debate sobre o futuro da energia em Portugal, destacando a importância crítica da modernização da rede elétrica para alcançar metas energéticas ambiciosas e construir um futuro mais sustentável e resiliente para todos os portugueses.
Fotografia de Matilde Fieschi (Expresso)
