Produtores

Potência de ligação >250 kW

Unidades de produção para Autoconsumo com potência de ligação >250 kW

Instalação da proteção de interligação/homopolar

Para instalações de Autoconsumo com potência de ligação superior a 250 kW não dispensa a instalação da proteção de interligação/homopolar para efeitos de ligação à rede. 

De acordo com o "Guia Técnico das Instalações Elétricas de Produção Independente de Energia Elétrica" e demais legislação e regulamentação aplicáveis, a instalação de produção deve ser equipada com um equipamento de proteção, ao nível da interligação, que consiga assegurar a separação rápida, eficaz e automática das redes de distribuição de eletricidade, assim como prever a função de proteção de máxima tensão homopolar.

 

Elementos de projeto necessários à análise técnica

 

Seção 1 - Elementos de projeto para UPAC com potência ligação menor que 1MW

 

Capítulo 1.1 - Documentos gerais
  • Dados gerais referentes à instalação de autoconsumo - Documento contendo a seguinte informação:
  • Identificação do Cliente (Entidade e NIF);
  • CPE de Consumo;
  • CPE de Produção;
  • N.º Registo da Unidade de Produção atribuído pelo Portal de Autoconsumo da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG);
  • N.º Cadastro da Unidade de Produção atribuído pelo Portal de Autoconsumo da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG);
  • Potência instalada da Unidade de Produção em kW/kVA
  • Potência de ligação da Unidade de Produção em kW/kVA.
  • Considera-se que Transformadores de Corrente (TC) / Transformadores de Tensão (TT) são parte integrante do sistema de proteção de interligação, e por isso devem ser instalados no Ponto de Integração E-REDES/Cliente. O Cliente deve informar qual a solução que irá implementar:
    • Solução 1 - Instalar uma cela, com TC e/ou TT dedicados ao sistema de proteção de interligação.
    • Solução 2 - Caso haja inviabilidade técnica na instalação de TC / TT dedicados à proteção de interligação, os TC / TT dedicados ao sistema de contagem, que são propriedade da E-REDES, podem ser substituídos por outros de múltiplo enrolamento. No entanto, o Cliente deve informar e enviar evidências à E-REDES atestando que esta é a única solução técnica.

A análise e avaliação dessa solução técnica ficam a cargo da E-REDES. Se aprovada, o cliente assume as seguintes responsabilidades:

  • Os TC e os TT previamente fornecidos pela E-REDES serão sempre sua propriedade e serão para uso exclusivo da medição da energia transitada. No entanto, para as UPAC, e por pedido expresso do produtor, os mesmos poderão ser partilhados para as funções de proteção e de medida da UPAC, sendo necessário garantir que os referidos transformadores detenham enrolamentos dedicados e separados para a medida e para a proteção. Nestas circunstâncias dá-se cumprimento ao previsto no "Guia de Medição, Leitura e Disponibilização de Dados" (GMLDD), sendo necessária uma Auditoria do Tipo 1, realizada por entidade competente, no dia em que é efetuada a substituição. De seguida, o resultado da auditoria deve ser encaminhado para a E-REDES;
  • É da responsabilidade do Cliente a propriedade e manutenção dos TC e TT partilhados, que satisfaçam os sistemas de medida e contagem da instalação de consumo e da unidade de produção, e os sistemas de proteção da unidade de produção com enrolamentos secundários dedicados e separados, para as funções de contagem e proteção.
  • Caso se verifiquem danos nos TC e/ou TT, propriedade do Cliente, a E-REDES assegurará o fornecimento e a instalação dos TC e/ou TT para medida da instalação de consumo, por forma a garantir a disponibilização de dados de consumo. Nestas condições, a unidade de produção será desligada até à regularização das condições iniciais, por parte do Cliente. Após reposição serão necessários ensaios às proteções de interligação e Auditoria do Tipo 1 ao sistema de medida e contagem, custos a suportar pelo Cliente.
  • O protocolo de exploração estabelecido com o Cliente deve conter a menção à partilha dos transformadores TC e/ou TT para medida e proteção, sempre que tal ocorra.
  • Na data de instalação de TC/TT de múltiplo enrolamento deverá ser realizada uma auditoria do Tipo 1, na presença de entidade acreditada de acordo com o GMLDD.
  • O Cliente deve entregar à E-REDES os TC / TT de enrolamento simples, dedicados ao sistema de contagem, após ser realizada a Auditoria do Tipo 1.

 

Capítulo 1.2 - Sistema de proteção
  • Memória descritiva do projeto de inserção da Unidade de Proteção na instalação de consumo;
  • Planta identificativa prevista da localização do sistema de proteções de interligação e sistema de medida, contagem e telecontagem de energia;
  • Planta identificativa com a constituição dos grupos geradores e suas caraterísticas principais;
  • Esquema unifilar de inserção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) (identificação da responsabilidade e propriedade dos equipamentos), com identificação do ponto de ligação e TI/TT, incluindo a relação de transformação de ambos.
  • Esquemas de eletrificação do painel de interligação (de acordo com as "boas regras de arte"), incluindo:
    • O relé de proteção de interligação deverá ser único e conter todas as funções de proteção enumeradas em baixo. De igual modo, os equipamentos de medida (transformadores de corrente e transformadores de tensão) devem ser exclusivos (a partilha de equipamentos com a E-REDES carece de aprovação) e adequados à implementação de funções de proteção. Devem ser instalados no nível de tensão de ligação à rede pois apenas desta forma será garantido o correto funcionamento de todas as funções de proteção;
    • Ligações dos relés de proteção (incluindo as funções de proteção - códigos ANSI, no aplicável):
      • Máxima tensão residual / tensão homopolar [ANSI 59N],
      • Mínimo de tensão trifásica [ANSI 27],
      • Máxima tensão trifásica [ANSI 59],
      • Máxima frequência [ANSI 81O],
      • Mínima frequência [ANSI 81U],
      • Máxima intensidade de fase trifásica [ANSI 50/51],
      • Máxima intensidade de sequência inversa [ANSI 46],
      • Direcional de potência [ANSI 32].
  • Caraterísticas técnicas dos equipamentos: 
    • Relés de proteção (incluindo o previsto para a limitação da potência e máxima tensão homopolar, se aplicável), equipamento conforme a norma IEC 60255;
    • Transformadores de intensidade e de tensão e respetivos relatórios de ensaio; 
    • Bobines de disparo;
    • Disjuntor de interligação, deverá cumprir com as normas CEI 60947-1 e 60947-2 (para disjuntores BT) e CEI 62271 (para disjuntores MT e AT). O tempo máximo de isolamento (intervalo entre a ordem de abertura e a abertura dos contactos) deverá ser de 0,15 segundos.
  • A proteção de interligação deverá ter alimentação externa, e socorrida, por forma a garantir o correto funcionamento do equipamento de proteção. Não serão aceites relés auto-alimentados.
  • A proteção a instalação é obrigada a apresentar tempos máximos de atuação em alinhamento com os indicados no protocolo de ensaios proposto pela E-REDES para aferir o correto comportamento do sistema de proteção de interligação. 

 

Capítulo 1.3 - Sistema de medida e contagem
  • Esquemas de eletrificação do quadro de contagem (de acordo com as "boas regras de arte"):
    • Contagem própria da geração (totalizador);
    • Contagem da interligação com a rede;
    • Esquema unifilar da instalação que integra a UPAC;
    • Esquema unifilar completo contendo todas as outras fontes de geração (cogeração, mini, micro ou UPP - somente quando existem outras fontes de produção) eletricamente interligadas no mesmo ponto da rede e eventuais alimentações de recurso;
    • Identificação da propriedade dos equipamentos de contagem utilizado para faturação, associado ao contrato de consumo onde se pretende instalar a UPAC;
    • Identificação do nível de tensão do barramento e relação dos TT e TI.
  • Caraterísticas técnicas do contador totalizador:
    • Marca e modelo e respetiva ficha técnica do contador;
    • Marca e modelo do modem e respetiva ficha técnica;
    • Relatórios de ensaio do contador (caso tenham sido efetuados ensaios);
    • Número de série do contador;
    • Número Cartão GSM que deverá possuir as seguintes características:
    • Enviar dados sobre a voz (Dados CS, ou, comunicação CSD, ou seja, “Circuit Switch Data” que é a comunicação de dados sobre voz);
    • Permitir apenas receção de chamadas;
    • Não permitir realização de chamadas (não pode efetuar chamadas);
    • Não deverá ter PIN ativo, ou seja, cartão SIM sem PIN;
    • Deve ser um cartão de tipologia M2M (Machine to Machine);
    • Deve permitir comandos OTA (tecnologia Over The Air) e STK (SIM ToolKit);
    • Deve ter capacidade compreendida entre 25MB e 250MB.

 

Solicitamos o envio dos documentos para acic@e-redes.pt indicando o número de registo da DGEG e o Código do Ponto de Entrega (CPE).

 

Ensaios de Proteção

Após análise da documentação enviada, será agendado o acompanhamento presencial aos ensaios das proteções de interligação da instalação de produção e respetiva regulação:

  • Realização de ensaios aos primários dos Transformadores de Tensão (TT) e Transformadores de Intesidade (TI) e respetivas ligações;
  • Realização de ensaios funcionais de interligação, settings e funções.

Os ensaios deverão seguir o protoloco de ensaios proposto pela E-REDES  para as proteções de interligação de instalações com sistema de produção, sendo que após a conclusão dos mesmos será preenchido um auto de inspeção, e assinado pela E-REDES e Promotor, a atestar os resultados obtidos no ensaio. 

No protocolo de ensaios constam os tempos máximos de atuação / processamento de cada uma das funções de proteção. A E-REDES irá reprovar os autos inspeção cujas proteções apresentem valores de atuação obtidos em ensaios superiores aos indicados na referida tabela. 

 

Seção 2 - Elementos de projeto adicionais para UPAC com potência de ligação maior ou igual a 1MW
 

Para UPAC com potência de ligação igual ou superior a 1 MVA, são necessários elementos de projeto adicionais. 

 

Capítulo 2.1 – Sistema de proteção
  • Esquemas de princípio/eletrificação contendo o painel de interligação onde integra:
    • O disjuntor de interligação
    • O sistema de medida e proteção
  • Deverá ser indicado nos esquemas de eletrificação da Proteção de Interligação, de forma evidenciado (p. ex outra cor ou notas sobre os mesmos) de modo que seja possível verificar que o disjuntor de interligação abre pelas seguintes funcionalidades:
    • Atuação de proteções (tipos de funções de proteção que o relé incorpora); falta de tensão dos circuitos auxiliares de disparo e comando do disjuntor (Bobina de Mínima Tensão);
    • Disjuntor de proteção dos circuitos secundários de tensão (transformador de tensão);
    • Avaria interna (watchdog) referente aos equipamentos de proteção;
    • Regime Especial de Exploração (REE), com atuação instantânea das proteções.
  • Ficha SIT para efeitos de carregamento SIT
  • Sistema de Osciloperturbografia - Documento explicativo da recolha de oscilografias

 

Capítulo 2.2 – Sistema Gerador
  • Documento de Módulo gerador preenchido e assinado (Anexo X – Apêndice III)
  • Certificados emitidos por entidade certificadora reconhecida pelos estados membros (https://european-accreditation.org/ea-members/directory-ofeamembers-and-mla-signatories/)
  • Relatório dos certificados, nos quais evidenciam a conformidade dos geradores.
  • Características dos geradores
  • Declaração de conformidade assinada (Anexo X – Apêndice IV)
  • Declaração de conformidade da execução de instalações elétricas de serviço particular
  • Termo de Responsabilidade de execução
  • Termo de Responsabilidade do Técnico Responsável de Exploração
  • Dados do Técnico Responsável de Exploração, com indicação do número de inscrição na Entidade Certificadora.

 

Capítulo 2.3 – Dados para Acordo de Ligação
  • Contatos de interlocutores Operacionais entre a E-REDES e o Produtor (Anexo X – Apêndice II)

 

Os anexos mencionados encontram-se disponíveis em https://www.e-redes.pt/pt-pt/comunicacao-de-condicoes-de-ligacao-resp-anexos.

 

Interligação ao SCADA da E-REDES

Para UPAC de Potência de Ligação igual ou superior a 1 MVA, deve ser assegurada a conetividade entre a UPAC e o SCADA da E-REDES de forma integrada através de comunicações operacionais que permita a recolha de oscilografias, sinalizações, medidas e serem transmitidas instruções. A instalação do equipamento de telecomunicações na UPAC deve ser assegurada de acordo com o definido no Anexo III – Apêndice I.

 

Ensaios

Após análise da documentação enviada, serão agendados os ensaios:

  • Ensaios de conectividade e recolha de oscilografias
  • Ensaios simulados à BD SCADA
  • Realização de ensaios aos primários dos Transformadores de Tensão (TT) e Transformadores de Intensidade (TI) e respetivas ligações;
  • Realização de ensaios funcionais de interligação, settings e funções.
  • Ensaios reais à BD SCADA
  • Ensaios de conformidade (após a ligação)

Os referidos ensaios são executados pela ordem indicada e a sua realização fica condicionada ao sucesso do anterior e disponibilidade de agenda.

 

Acompanhamento presencial

Os ensaios devem ser realizados num único momento. Se não for possível a sua conciliação, o produtor pode, em alternativa, apresentar um documento em que declare a conformidade dos ensaios primários, sendo apenas efetuado o acompanhamento presencial da E-REDES nos ensaios funcionais.

 

A E-REDES não poderá ser responsabilizada por eventuais ocorrências

A E-REDES não poderá ser responsabilizada por ocorrências e/ou irregularidades que possam vir a verificar-se na unidade de produção, com origem nesta ou na rede, e que impactem na segurança de pessoas, instalações (entre as quais se inclui a própria unidade de produção) e/ou bens, cabendo ao titular da instalação de produção provar que os inversores e as proteções cumpriam todas as condições técnicas exigidas.

 

Consignação da instalação de Cliente

Se pretender consignar a instalação de consumo de Cliente para adequar a instalação de autoconsumo, deverá efetuar o pedido no mínimo com 7 dias úteis de antecedência, para o endereço de email interrupcoes.programadas@e-redes.pt, com a seguinte informação:

• Código do Ponto de Entrega (CPE);

• Breve descrição dos trabalhos que irá realizar;

• Data e hora pretendida para o corte;

• Data e hora pretendida para a religação;

• Nome e contacto telemóvel do técnico responsável dos trabalhos;

• Caso existam modificações da instalação elétrica de serviço particular (ao abrigo do artigo 14º do Decreto-Lei 96/2017 de 10 de agosto de 2017), deverá apresentar uma autorização provisória emitida pela DGEG.

 

Termos e condições

As presentes condições poderão sofrer alterações, decorrentes de circunstâncias não previstas na presente data pela E-REDES, tais como revisão de preços de mercado dos materiais, alterações legislativas e regulamentares.